palavras de paulo emílio aka
a pequena burguesia de cada dia nos dai hoje
Minha perspectiva de vida conjugal era simples, serena e saudável. Trabalhar o dia inteiro para aumentar o patrimônio. Uns dois filhos. Aos domingos e feriados, passeios instrutivos. Férias anuais em praias tranqüilas. Mais tarde, quando a guerra acabasse, viagens. Alguma aventura que se oferecesse seria acolhida, algo ocasional, sem perigo de continuidade. Em suma, meus sonhos juvenis de suprema elegância, poder e cultura, tinham se reduzido a um nível bem paulista.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
à sua imagem e semelhança aka
no fundo, todo mundo é o didi de bethânia
a notícia irrelevante é essa, que vem ilustrada assim:
o fato relevante é outro:
fora a montagem malandra, parece que paula lavigne, no meio desse cóóóóração de eterno flerte, adoro ver-te, de repente, com toda a trama da trança a transa do cabelo, virou o caetano veloso, que hoje em dia é um apanhadinho de cabelos grisalhos e uma sucursal da dercy gonçalves.
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guardo segredo aka
i regret being more responsible and independent than i should at my age. but i love to make some drama out of it.
trago pessoa amada em 48h
o post secret é um negócio muito engraçado: um coletivo -- pode-se até dizer uma alcatéia -- que despeja suas angústias ou safadezas de lá de dentro num cartão postal e manda pra um endereço qualquer em maryland. isso significa mandar suas entranhas selecionadas pro resto do mundo e torcer pra ser publicado numa coletânea de urgências avulsas. hah.
em primeiro lugar, é o resgate de um hábito que ficou lá atrás. só se manda postal hoje em dia pra ostentar a viagem a terras longínquas, e o mimo geralmente chega muito depois do remetente. ok, retrô, às vezes feito à mão, um traço de pessoalidade no mundo grande e insensível, bacana.
em segundo lugar, puro voyeurismo velado. daqueles que gostam de se exibir sem se mostrar demais e daqueles que gostam de saber demais dos outros sem ter que manter algum vínculo, achando que sabe demais do mundo e da vida. e tudo isso em pílulas, com o apoio paratextual da imagem que caga pros direitos autorais. beleza.
em terceiro lugar, uma cadeia de auto-ajuda, como na imagem acima. que mandar embrulhar presentes pra si é um hábito solitário apenas, nenhum grande segredo. e contar isso pra gente que não sabe de nada do seu contexto pra sentir algum acolhimento? come on, seres racionais conseguiriam bem mais que isso.
em quarto e último lugar, uma purgação maravilhosa: você lê, descobre que cerca 80% das pessoas foi estuprada na infância, leva uma vida de merda e fica guardando rancores com cada pequeneza que torna sua vida bem mais leve. e ainda tem umas danadezas salpicadas ali, gente tarada que dá gosto.
é o mundo cão em postais. adoro e endosso:
i regret being more responsible and independent than i should at my age. but i love to make some drama out of it.
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