segunda-feira, 29 de novembro de 2010

duas coisas breves que viraram três aka
o humanitarismo, a etimologia e o cu

findas as obrigações acadêmicas, ou melhor dizendo, universitárias, estou começando meu breve período de alforria de leitura, mas antes algumas mídias empurradas com a barriga até o momento estão sendo devidamente postas em dia.

daí um par de recomendações:

- expedicionário, na piauí de outubro: o cara é um ortopedista com pegada humanitária, que faz expedições pela amazônia regularmente e deu seu jeito de ir também pro haiti, depois do terremoto do começo deste ano. os detalhes curiosos ficam por conta da linhagem de médicos peculiares na família e por ter sido namorado da maitê proença, com quem viajou para o oriente no auge da juventude.

- o ruy castro fez um texto para a ilustríssima do último domingo enaltecendo a etimologia, esse ramo tão subestimado do estudo da língua, por ocasião do lançamento de um dicionário desse assunto. pra você que está cagando pra isso, leia pelo menos a parte que ele fala de sacanagem, o mais universal dos assuntos:

É verdade que, em muitos casos, a expressão, além de suspeita, é mesmo culpada. Pode-se, por exemplo, afogar o ganso, o grilo, o jegue e o Judas, tudo com o mesmo sentido. No sentido contrário, dependendo da região do Brasil ou de Portugal, pode-se dar a goiaba, a maricotinha, o boga, o chicote, o disco, o fiofó, o frosquete, o furico, o oitão, o oiti, o tareco e, mais universalmente, o rabo.

e já que estamos nos anais do anal, nunca é demais lembrar do vídeo impagável de rodrigo burdman, baseado num conto do marcelino freire e narrado pelo pereio; do bataille; do texto do reinaldo moraes também na ilustríssima, falando sobre a famosa capa do disco "todos os olhos" do tom zé; e, por fim, do soneto de rimbaud e verlaine, eles próprios bastante versados na arte da pederastia, ao que tudo indica. ao soneto:

Soneto ao buraco do cu

Obscuro e enrugado como um cravo roxo,
Ele respira, humildemente escondido em meio ao musgo
Úmido ainda de amor que segue a doce fuga
Das nádegas brancas até o âmago de sua orla.

Filamentos parecidos a lágrimas de leite
Choraram, sob o vento cruel que os repele,
Através dos pequenos coágulos de marga raiva
Para irem se perder onde o declive os chamava.

Meu sonho frequentemente se colou à sua ventosa;
Minh'alma, com ciúmes do coito material,
Dele fez seu lacrimário fulvo e seu ninho e soluços.

É a oliva desfalecida, e a flauta carinhosa;
É o tubo por onde desce a celeste pralina:
Canaã feminino encerrado nas umidades!


tudo isso pra jogar uma luz sobre os recônditos do derrière e "botar o cu na goteira" caso você precise saber de alguma dessas informações que, nunca se sabe, podem ser úteis em algum momento.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

tô passando por um momento sem títulos

não dá pra entender essas manifestações "antinordestinos" em são paulo. além do ridículo óbvio, a cidade é composta quase que totalmente por retirantes vindos há mais ou menos tempo de lugares os mais variados, desde o interior do estado até os buracos mais longínquos escondidos no mundo.

e é claro que o lugar onde se nasce/vive imprime uma série de hábitos, gostos, culturas e afins no sujeito, mas daí a estabelecer uma etiqueta maioral que defina todos os oriundos de um determinado local faz de todos nós um aeroporto americano: favor caprichar na hora de revistar aqueles vindos de tal, tal e tal país.

como tem gente babaca no mundo, cruiz.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

as coisas mudam aka
argumento de autoridade

escrevi, escrevi, escrevi e apaguei. mas fica um bob dylan simbólico.