quinta-feira, 30 de abril de 2015

que quentinho no coração me dá te receber assim, de surpresa, ainda mais acompanhada dessa música que tem cheiro de nostalgia, quer dizer, cheiro não, perfume, justamente perfume, porque não é dessas nostalgias que mumificam, fossilizam o sujeito, está mais pr'aquele olhar de quando você chega a um ponto pretendido e repara no que há em volta, processando enfim o caminho que foi percorrido até ali, com tudo o que há de bom e de nem tão bom assim e às vezes também de ruim nesse percurso; pode ser o alto de uma montanha, um trajeto a nado a pedais a pé, as escadas que são percorridas junto com malas pesadas ou só consigo mesmo quando acaba a força e o elevador para de funcionar, pode ser qualquer coisa, na verdade, isso foi uma enumeração gratuita mesmo, ou talvez nem tanto assim, como as camadas de um coral que indicam o tempo que decanta, a areia que passa de um lado a outro da ampulheta, esses mais de dez anos que a gente existe um pro outro e que são carregados de tantos acontecimentos. eu, nestes dias, ando com a cabeça a milhão de trabalho, de paixão, de viagens, de consolidações desse tipo. te deixo, então, com este afago, que ficou um pouco no repeat hoje, quando cheguei à segunda maior cidade da francinha depois de fazer um traçado pra lá de simpático e de agradável e de marcante, e que vem desse disco do milton (o milton, de quem eu pouco gosto) que carrega o título da nossa terra que está lá do outro lado do mapa, mas que, até prova contrária, vai continuar lá, sendo minas, sendo nossa, sendo a gente.

com um beijo,
d.

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