que quentinho no coração me dá te receber assim, de surpresa, ainda mais acompanhada dessa música que tem cheiro de nostalgia, quer dizer, cheiro não, perfume, justamente perfume, porque não é dessas nostalgias que mumificam, fossilizam o sujeito, está mais pr'aquele olhar de quando você chega a um ponto pretendido e repara no que há em volta, processando enfim o caminho que foi percorrido até ali, com tudo o que há de bom e de nem tão bom assim e às vezes também de ruim nesse percurso; pode ser o alto de uma montanha, um trajeto a nado a pedais a pé, as escadas que são percorridas junto com malas pesadas ou só consigo mesmo quando acaba a força e o elevador para de funcionar, pode ser qualquer coisa, na verdade, isso foi uma enumeração gratuita mesmo, ou talvez nem tanto assim, como as camadas de um coral que indicam o tempo que decanta, a areia que passa de um lado a outro da ampulheta, esses mais de dez anos que a gente existe um pro outro e que são carregados de tantos acontecimentos. eu, nestes dias, ando com a cabeça a milhão de trabalho, de paixão, de viagens, de consolidações desse tipo. te deixo, então, com este afago, que ficou um pouco no repeat hoje, quando cheguei à segunda maior cidade da francinha depois de fazer um traçado pra lá de simpático e de agradável e de marcante, e que vem desse disco do milton (o milton, de quem eu pouco gosto) que carrega o título da nossa terra que está lá do outro lado do mapa, mas que, até prova contrária, vai continuar lá, sendo minas, sendo nossa, sendo a gente.
com um beijo,
d.
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