eufemismos aka
com vista plena para um amplo estacionamento aka
fait divers
acabou de acontecer, no estacionamento em frente ao meu prédio, uma briga entre moças da vida e moças da vida com pomo de adão (também conhecidas pela alcunha de "travestis", que o dicionário acaba de me dizer que, em portugal, lê-se "travéstis"). quase todas elas usavam seus trajes de carnaval do ano todo e foram mediadas pelo hômi que trabalha no local, que se valeu de um pedaço de pau para afugentar a líder da trupe que havia investido com seu delicado pé quarenta e lá vão números calçado num saltinho, contra a adversária que não tinha uma equipe de defesa formada.
tem coisas que só o centro da cidade faz por você.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
registros aka
vó
ando pensando há algum tempo em fazer uns vídeos. nada assim super profissional, que não tenho competência pra isso por enquanto. mas a câmera nova chegou e dá pra quebrar um bom galho.
a princípio, queria gravar umas histórias, uns algos de família, crente que isso um dia vai ser um super-8 na minha vida, com uma qualidade que vai deixar de existir com a evolução dos dispositivos de captação de mídia e carregando uma nostalgia boa que arrepia os pêlos da bochecha.
e queria começar com as minhas avós. uma conversa camarada, contando umas histórias da vida, uns apegos e outros episódios que a gente não fica sabendo direito, por ser de umas gerações depois.
uma delas, fissurada em novelas de toda sorte, era minha primeira candidata. a teresa, de quem já falei aqui. da última vez que nos vimos, coisa de duas semanas atrás, ela tava deitada na cama do hospital, com os olhos vivos que não condiziam com o resto do corpo.
essa questão tensa da velhice: você chega no seu auge de vivência, mas o aparato segue o caminho oposto, trazendo restrições que você plantou com o passar dos anos e que dão um ritmo mais lento e, por vezes, limitado à vida.
como o ritmo mais lento foi meu, ela acabou virando história no último domingo, antes que eu pudesse concretizar essa vontade de registrar a história em lugar diferente que não só a memória.
estava deitada na cama, dormindo, com o telefone sem fio do lado. do mesmo jeito que fazia desde que o mundo é mundo e o telefone sem fio existia na casa dela. em paz, de um jeito que todo mundo merece. tchau, vó.
vó
ando pensando há algum tempo em fazer uns vídeos. nada assim super profissional, que não tenho competência pra isso por enquanto. mas a câmera nova chegou e dá pra quebrar um bom galho.
a princípio, queria gravar umas histórias, uns algos de família, crente que isso um dia vai ser um super-8 na minha vida, com uma qualidade que vai deixar de existir com a evolução dos dispositivos de captação de mídia e carregando uma nostalgia boa que arrepia os pêlos da bochecha.
e queria começar com as minhas avós. uma conversa camarada, contando umas histórias da vida, uns apegos e outros episódios que a gente não fica sabendo direito, por ser de umas gerações depois.
uma delas, fissurada em novelas de toda sorte, era minha primeira candidata. a teresa, de quem já falei aqui. da última vez que nos vimos, coisa de duas semanas atrás, ela tava deitada na cama do hospital, com os olhos vivos que não condiziam com o resto do corpo.
essa questão tensa da velhice: você chega no seu auge de vivência, mas o aparato segue o caminho oposto, trazendo restrições que você plantou com o passar dos anos e que dão um ritmo mais lento e, por vezes, limitado à vida.
como o ritmo mais lento foi meu, ela acabou virando história no último domingo, antes que eu pudesse concretizar essa vontade de registrar a história em lugar diferente que não só a memória.
estava deitada na cama, dormindo, com o telefone sem fio do lado. do mesmo jeito que fazia desde que o mundo é mundo e o telefone sem fio existia na casa dela. em paz, de um jeito que todo mundo merece. tchau, vó.
Assinar:
Postagens (Atom)