segunda-feira, 8 de março de 2010

cristinismo aka
lapso pagão nada sutil

tô sabendo que poemas costumam ser um convite à não leitura. mas a ana cê é dessas coisas assim que vão e voltam. não por falta de amor, mais por falta de tempo. porque quando eu lembro dela e vou atrás de alguma coisa, é de dar brilho no olho. tenta ler pelo menos "a teus pés", que é uma das obras-primas dela. quer dizer, do alto do meu posto de tiete, pra mim todas as obras dela são primas. digo agora de impulso que faria igual a rita lee com os beatles, de lamber a maçaneta que invariavelmente teve que ser tocada por ela numa porta de hotel. a ela, ao som de ella:

O homem público nº 1

Tarde aprendi
bom mesmo
é dar a alma como lavada.
Não há razão
para conservar
este fiapo de noite velha.
Que significa isso?
Há uma fita
que vai sendo cortada
deixando uma sombra
no papel.
Discursos detonam.
Não sou eu que estou ali
de roupa escura
sorrindo ou fingindo
ouvir.
No entanto
também escrevi coisas assim,
para pessoas que nem sei mais
quem são,
de uma doçura
venenosa
de tão funda


ela dialoga com bodelér, se digladia por atenção (que foi meu primeiro favorito), briga com lúcifer que insiste em odiar seus cachos e ainda foi a tradutora da sylvia pro português.

a expressão adaptada no segundo título é do poema "soneto".

Um comentário:

flávia coelho disse...

Lindo chuchu, mas essa fonte desse tamanico tá acabando com a minha vista! A amiga véia se esforça porque o blog é bom. Beijos.