segunda-feira, 10 de outubro de 2011

gorfo em meio a prazo delirante aka
gorfo a prazo em meio delirante

tem quase uma gestação que cheguei. o filho não saiu de dentro de mim por motivos de anatomia desfavorável, mas é como se tivesse. parece que mudou tudo e não mudou nada. no entanto não posso ser categórico coisa alguma, visto que meus referenciais de eu estão todos distantes pra eu poder fazer uma comparação -- e não me venha dizer que não, a medida mais frequente é sempre alheia. apesar disso, é bom ver que se continua a ser si próprio mesmo sozinho. indício de personalidade, diriam alguns, mas isso eu não posso dizer que tenha muito. acho mais que é a questão do eliot: "tentando aprender como empregar as palavras, e cada tentativa/ é sempre um novo começar, e uma diversa espécie de fracasso". como deu pra perceber, estou agora a escrever em blocos. acho mais justo com o encadeamento da memória que seja tudo assim, desconexo e reunido, em vez de artificialmente separado em unidades portadoras de sentido e organizadoras de ideia chamadas de parágrafos. há quem possa dizer que estou rebelde ou deprimido, mas a mim parece não fazer sentido algum nenhuma dessas possibilidades. só sei que isso aí embaixo tem cara de arnaldo antunes e que isso é questionável, mas não faz a menor diferença. dá pra dizer também que tantas, tantas voltas foram dadas só pra descobrir que o tempo tem que ser meu.

ser a si
a ser si
a si ser
assim ser

2 comentários:

flávia coelho disse...

bom te encontrar assim

Daniel disse...

e você incorporou os métodos acadêmicos se antecipando aos possíveis questionamentos dos seus leitores, com sensos críticos (circunstancialmente) bem menos vorazes, porque se aconchegam ao redor de você pelo que irradia por trás da personalidade e das defesas. roubando seu aka: amamos o que você acha que precisa justificar.