notas jornalísticas aka
lendo a folha de segunda
lendo o jornal atrasado da última segunda, algumas coisas a dizer:
1.
apesar de gostar bastante dele e às vezes perceber que ele é meio babaca em alguns pontos que me incomodam (como todo mundo), o ruy castro foi de uma sutileza ímpar no editorial:
"Outro aferidor seguro [do clima de uma favela] são as crianças. Nas comunidades em guerra, as crianças se mostram pouco, e as que aparecem, amadurecidas a pulso, olham duro para os de fora. Suas brincadeiras são condicionadas pelas facções em luta, que demarcam os territórios e, quando abrem fogo entre si, não ligam para inocentes na linha de tiro. Ou pelas milícias, que também não sabem usar talher de peixe.
espero conseguir usar "talher de peixe" em breve de alguma maneira.
2.
na capa, lulinha dá o ar da graça:
"Em entrevista ao jornal espanhol El País, o presidente Lula se definiu como 'multi-ideológico'. 'Um chefe de Estado é uma instituição, não tem vontade própria todo santo dia, mas tem que levar a cabo os acordos que sejam possíveis.
Para ele, que não vê chance de perder a eleição, haverá continuidade. 'Ganhe quem ganhar, ninguém fará nenhum disparate'.'"
mas, cara pálida, seus oito anos não foram também, de certa forma, continuidade do fhc em alguns aspectos?
enfim, com essa dupla maravilhosa de candidatos à presidência, sinto que o brasil tem sérias chances de ganhar a copa, como manda a lógica da rita lee.
3.
no dinheiro tem uma matéria interessante sobre baixar de nível financeiro (questão que o coutinho também aborda na coluna da ilustrada de terça). eu, financeiramente neurótico, achei curiosa essa matéria dos pobres envergonhados, tenta dar uma olhada.
4.
o pondé é outro que costuma ser muito mais babaca que a média, o que me irrita. muito provavelmente por eu ter essas ganas de onipotência disfarçadas, o que me traz o sério risco de envelhecer babaca igual ele. mas às vezes (beeeem às vezes) ele acerta em cheio. esta última coluna foi uma dessas vezes.
5.
e, por último, meio insone na noite de segunda-feira da semana passada, resolvi ler os jornais e fiquei in-con-for-ma-do com uma crítica feita no folhateen (caham) sobre o último livro do fabrício corsaletti, esquimó. e louco como convém às madrugadas, acabei mandando um e-mail pro jornal reclamando, coisa que já nem me lembrava mais. abri o jornal de segunda e lá estava eu.
acho coisa de velha ranzinza, mas é engraçado o jogo de vaidade do "painel do leitor". supostamente é o jornal sendo democrático e te dando voz, o que faz as pessoas se sentirem importantes e amadas (que é só o que nêgo quer, afinal). tudo isso num espaço ínfimo que 99,9% das pessoas ignoram solenemente.
enfim, o corsaletti já me ganha (eu sou fácil) dizendo que "algumas professoras da usp seriam menos amargas se tivessem o seu nome". e isso também é um argumento raso da minha parte, heh, mas claro que não é só isso.
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reparou como eu chamo os colunistas pelo sobrenome? amicíssimos.
pronto, encerrada minha conferência de meias verdades.
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