quarta-feira, 28 de abril de 2010

a elegância do ouriço aka
boa surpresa

estou lendo o livro que tem o primeiro título, de muriel barbery. por pura obrigação, de início. e mal cheguei na página 100, mas a porteira letrada (e ignorada) de um prédio parisiense de alta classe é bem o tipinho do meu gosto. dá uma olhada nesses pedaços -- traduzidos assim, no susto:

"à la poursuite d'octobre rouge foi o filme do nosso último encontro. quem quer entender a arte da narrativa, precisa assisti-lo. a gente fica se perguntando por que a universidade é tão obstinada em ensinar os princípios narrativos se valendo das teorias de propp, greimas e outros pensadores, quando bastaria investir numa sala de projeção. premissas, intrigas, ações, peripécias, buscas, heróis e afins: basta ter o sean connery com uniforme de tripulante de um submarino russo e alguns porta-aviões bem posicionados."

ou ainda:

"então, como eu tava falando, fiquei sabendo hoje de manhã ouvindo a france inter que a contaminação das minhas aspirações a uma cultura legítima por outras inclinações de cultura ilegítima, não é um estigma do meu baixo nível nem do meu acesso solitário às iluminações espirituais, e sim uma característica contemporânea das classes intelectuais dominantes."

e assim, estamos todos liberados pra tentar gostar do que há de mais refinado e também, sei lá, assistir superpop e apreciar qualquer porcaria que convenha.

vamos ver como andam as outras trezentas páginas.

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